Dieta e outras dicas para se ter menos crises de enxaqueca
O cérebro de uma pessoa com enxaqueca excita-se com mais intensidade do que o normal a diferentes estÃmulos externos (ex: luminosidade) ou internos (ex: privação de sono). São inúmeros os estÃmulos capazes de desencadear crises de enxaqueca. Porém, a resposta a cada um deles é muito individual e por isso listas de proibições rÃgidas podem ser mais penosas do que benéficas ao paciente.
Habitualmente, um estÃmulo deve ser reconhecido como fator desencadeante de crises num determinado indivÃduo quando provoca crises em mais de 50% das vezes dentro de 24h após a exposição ao estÃmulo. É recomendável que cada indivÃduo identique seus fatores desencadeantes e tente evitá-los. Entretanto, algumas atitudes podem ser recomendadas a qualquer pessoa que tenha crises de enxaqueca:
› Evite o consumo de álcool, especialmente vodka e vinho tinto;
› Não deixe de beber sempre muita água: a desidratação é um fator desencadeante de crises.
Quanto à dieta, é bom conhecer as substâncias que são frequentemente associadas a crises de enxaqueca, e em quais alimentos voceÌ‚Â as encontra. Alguns estudos demonstram que entre 7 a 30% dos pacientes reconhecem algum alimento como fator desencadeante de crises, sendo os mais comuns: chocolate, queijos, frutas cÃtricas e bebidas alcoólicas.
Uma boa parte das substâncias envolvidas pertence à famÃlia das aminas biogênicas, produtos naturais do metabolismo de plantas, animais e microorganismos, como é o caso do processo de fermentação de alguns alimentos (ex: vinho, queijo). Os mecanismos de ação dessas substâncias incluem a provocação dos vasos cerebrais (vasoconstrição ou vasodilatação), estÃmulo de liberação de neurotransmissores assim como estÃmulo direto aos centros e vias nervosas envolvidas no processo da enxaqueca. Há também evideÌ‚ncias de que fatores alérgicos possam estar associados, tema que ainda é bastante controverso.
Uma revisão de 180 artigos da literatura sobre dieta e enxaqueca acaba de ser publicada pelo periódico Headache. Além de recomendar o reconhecimento de alimentos que provocam crises em uma determinada pessoa, a revisão chama a atenção para três tipos de dieta que são potencialmente benéficas para o controle da enxaqueca: 1) com baixo teor de carboidratos; 2) com baixo teor de gorduras; 3) rica em ômega-3 (e.g., peixes) e pobre em ômega-6 (e.g., óleos vegetais como o óleo de soja).
Não custa lembrar também que alimentos industrializados costumam ser um mau negócio para quem sofre de enxaqueca.
Confira o áudio da coluna Cuca Legal, uma parceria do ICB com a Rádio CBN BrasÃlia: