O cérebro humano adulto realmente é capaz de criar novos neurônios?

Muitos de nós crescemos com a informação de que o cérebro humano adulto nasce com um número determinado de neurônios e que a criação de novos neurônios nessa fase da vida seria algo inexistente.  No fim da década de 1990, tivemos as primeiras evidências de novos neurônios em cérebros adultos, mas em escala muito menor que na infância.


Uma das mais calorosas discussões da neurociência está pegando fogo. A capacidade do cérebro humano adulto de gerar novos neurônios, algo impensável por muitos e muitos anos, foi demonstrada no final da década de 1990. Esta semana, recebi um artigo pelas redes sociais, publicado por um jornal bastante popular, mostrando cinco dicas para se criar novos neurônios, lembrando do potencial que isso pode ter para as temidas doenças neurodegenerativas.
Entretanto, este mês tivemos um balde de água fria nessa ideia após uma pesquisa publicada na disputadíssima revista Nature. Pesquisadores da Universidade da Califórnia nos EUA, em parceria com centros de pesquisa na Espanha e China, demonstraram que a capacidade de um cérebro adulto em produzir novos neurônios é extremamente limitada, é um fenômeno extremamente raro. Eles demonstraram que a neurogênese decai drasticamente na primeira infância e na idade adulta passa a ser praticamente indetectável. Já no cérebro de embriões e recém-nascidos, novos neurônios eram comumente identificados e com uma rápida queda nos primeiros anos da infância, para ser quase inexistente na adolescência.
As cinco dicas que comentei, publicadas no artigo do jornal, realmente fazem o cérebro ficar mais afiado, mas talvez o mecanismo não esteja tão associado à criação de novos neurônios. Essas ações podem tornar os neurônios já existentes mais eficientes. Concordo com as cinco dicas:
– Manter o cérebro sempre ativo. A função faz o órgão;
– Exercício aeróbico;
–  Alimentação inteligente e a dieta mediterrânea é a principal candidata;
– Atividade sexual. Provavelmente por diminuírem o efeito negativo do estresse sobre a função neuronal;
– Ansiedade sob controle. O mesmo mecanismo do item anterior.

 

 

 

 

 

Confira o áudio da coluna Cuca Legal, uma parceria do ICB com a Rádio CBN Brasília:

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