Uma mentira leva a outra. Como isso funciona no cérebro?

As amígdalas cerebrais funcionam como alarmes para situações de risco e mentir é uma ação que é capaz de ativá-las. Entenda como o cérebro processa isso.


Nosso cérebro tem um mecanismo de alarme que acende a `luz vermelha` quando fazemos algo de perigoso, errado ou imoral. Contar uma mentira tem o poder de disparar esse alarme, também conhecido como amígdalas das regiões temporais, e essa semana tivemos uma demonstração de como o cérebro colabora para o fenômeno “uma mentira leva a outra”.

Pesquisadores do University College of London estudou através de ressonância magnética funcional os cérebros de 80 voluntários durante um jogo que eles tinham a possibilidade de mentir para aumentar as chances de ganhar o jogo.

Uma pequena mentira era capaz de estimular as amígdalas, e à medida que novas mentiras iam sendo contadas, as amígdalas iam ficando menos estimuladas, iam adormecendo. Com as amígdalas adormecidas, o cérebro ficaria mais encorajado a contatar mentiras mais robustas. E foi exatamente isso que os cientistas encontraram: à medida que eles iam mentindo, as amígdalas iam se apagando e as mentiras ficavam cada vez mais ousadas.

O presente estudo só testou o ato de desonestidade, mas o mesmo poderia ser aplicado à tomada de atitudes de risco e comportamento violento. Isso ainda precisa ser testado.

A pesquisa foi publicada no prestigiado periódico Nature Neuroscience.

 

Confira o áudio da coluna Cuca Legal, uma parceria do ICB com a Rádio CBN Brasília:

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