A popularidade também está no DNA.
Por Dr. Ricardo Teixeira*
Algumas pessoas vivem cercadas de amigos enquanto outras vivem mais isoladas. Algumas pessoas vivem em cÃrculos sociais bem fechados onde todo mundo conhece todo mundo, enquanto outras transitam em diversos cÃrculos sociais onde um grupo não tem o mÃnimo conhecimento do outro. Há algum tempo pesquisadores têm buscado explicar essas diferenças e um importante estudo publicado pela respeitada revista cientÃfica Proceedings of the National Academy of Sciences confirma o que para muitos não tem nada de surpresa: o perfil genético de um indivÃduo influencia a formação de sua rede social.
Pesquisadores americanos compararam as redes sociais de mais de mil adolescentes gêmeos, idênticos e não idênticos, e demonstraram que a semelhança de popularidade entre os gêmeos idênticos foi bem maior que no caso dos gêmeos não idênticos. O termo popularidade nesse caso refletiu o número de vezes que um indivÃduo foi reconhecido como amigo pelos outros, a chance desses amigos conhecerem uns aos outros, e a chance de estar no centro de uma rede social.
O sucesso da espécie humana depende de sua capacidade em fazer relações sociais e por isso a popularidade é vista como uma vantagem evolutiva. IndivÃduos no centro da rede têm mais acesso à informação, e no caso dos nossos ancestrais, essa informação poderia ser, por exemplo, o local de uma nova fonte de alimento. Entender melhor como funciona as redes sociais permite-nos entender também como elas podem influenciar importantes problemas de saúde pública, área recente do conhecimento chamada de epidemiologia social. Os mesmos pesquisadores desse estudo deram importantes passos nesses últimos dois anos demonstrando que a rede social de um indivÃduo tem impacto na sua oportunidade de parar de fumar, de manter-se com o peso ideal e ainda é capaz de influenciar a sua chance de se perceber feliz.
Confira o áudio da coluna Cuca Legal, uma parceria do ICB com a Rádio CBN BrasÃlia: