Guardar um segredo tem custos para nossa saúde mental

Ficar calculando o que você pode ou não pode falar para não deixar transparecer seus segredos é uma tarefa cognitiva e emocional desgastante. Entretanto, pesquisas recentes mostram que o fato de ficar ruminando um segredo é algo ainda pior.


Faço nosso o meu segredo mais sincero (Daniel na Cova dos Leões- Renato Russo)

Guardar segredos é trabalhoso para nossa mente e está associado a um menor bem-estar psíquico, ansiedade depressão e piores relações com os outros. A constante vigília para não deixar escapar pistas dos nossos segredos pode ser uma tarefa exaustiva.

Entretanto, novas pesquisa nos apontam que o lado mais complicado dos segredos não é o esforço mental de guardá-los, mas o simples fato de ter que conviver com eles e pensar repetidamente sobre eles. O ato de ruminar segredos é bem cansativo e faz-nos sentir pessoas pouco autênticas.  

Pesquisadores da Universidade de Columbia nos EUA avaliaram mais de 5000 voluntários mostrando que 97% tinham pelo menos um segredo em algum momento da vida e uma média de 13 segredos. Desses 13, cinco jamais foram compartilhados com outra pessoa. Os mais comuns eram os relacionados a desejos, assuntos relacionados à sexualidade, traição e desonestidade. Quanto mais as pessoas pensavam nos seus segredos fora dos momentos de interação social, menores eram os índices de bem estar psíquico. O mesmo não aconteceu com a atitude de prestar atenção para que eles não fossem revelados a outras pessoas. Os pesquisadores ainda demonstraram que quando as pessoas confidenciam um segredo a outra pessoa, e pode ser o psicoterapeuta, elas passam a ruminar menos. E o melhor vem depois da confidência: o suporte emocional e conselhos. Isso faz com que as pessoas convivam de forma mais saudável com os segredos.

 
 
 

Confira o áudio da coluna Cuca Legal, uma parceria do ICB com a Rádio CBN Brasília:

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