O jornalismo é peça fundamental na promoção da saúde de qualidade

O jornalismo em saúde tem o importante papel de traduzir informações científicas de qualidade à população leiga, e também aos profissionais de saúde, com um grande potencial de transformação social

Por Dr. Ricardo Afonso Teixeira*

A Associação Americana de Medicina define o conceito de alfabetização em saúde como a capacidade de obter, processar e compreender informação básica em saúde necessária à tomada de decisões apropriadas e que apoie o correto seguimento de instruções terapêuticas. Reconhece-se que grande parte da população não é alfabetizada em saúde, o que leva a frequentes erros no uso de medicações, à não procura de ajuda médica quando necessário e à dificuldade em assumir hábitos de vida saudáveis. O jornalismo aqui tem importância capital.

Além disso, o jornalismo em saúde tem o importante papel de traduzir informações científicas de qualidade à população leiga, e também aos profissionais de saúde, com um grande potencial de transformação social. A boa formação dos profissionais que atuam na área pode aumentar o sucesso com que a informação chega aos interessados. Essa formação deve contemplar o desenvolvimento de habilidades na comunicação com o público leigo, assim como o fortalecimento de um senso crítico que promova a priorização de divulgação das informações que sejam mais relevantes à sociedade.

Uma maior confiança no conteúdo de informações em saúde disponibilizado pelos meios de comunicação pode ser uma poderosa ferramenta para a promoção de saúde. A confiança entre os indivíduos e entre indivíduo e instituições é parte fundamental do conceito de capital social, que é definido como a quantidade e a qualidade das interações sociais. Pesquisas apontam que sociedades com alto capital social apresentam melhores indicadores de saúde. Não faz muito tempo, uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia revelou que o jornalista é o profissional em que a população mais confia quando o assunto é ciência e tecnologia, seguido pelo médico e só depois vem o cientista.

*Dr. Ricardo Afonso Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp, professor do curso de medicina do Unieuro e neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília.

Matéria originalmente no site do Correio Braziliense.
Crédito foto:
Canva / Correio Braziliense

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