Se a crise da meia idade acabou, algo pior tomou o seu lugar
Por Dr. Ricardo Afonso Teixeira*
Pesquisa aponta que a crise da meia-idade, considerada uma entidade da psicologia humana de alcance universal, agora não existe mais. Desde 2008, tÃnhamos evidências que na juventude e na velhice apresentávamos os maiores Ãndices de satisfação com a vida e felicidade passando pela meia-idade com Ãndices menores.
O que essa nova pesquisa nos traz é que esse declÃnio na meia-idade foi substituÃdo por uma redução da satisfação ainda na juventude com incrementos progressivos ao longo da vida. A análise foi feita inicialmente nos Estados Unidos e Reino Unido e depois estendida a outros 42 paÃses envolvendo o perÃodo entre 1993 a 2025. Mais de doze milhões de pessoas participaram do estudo com seus perfis de saúde mental.
São várias as possÃveis razões para uma maior concentração de insatisfação com a vida na juventude. Entre elas os autores elencam a redução do mercado de trabalho para jovens, desafios para a saúde mental com a pandemia de COVID-19, menor disponibilidade de serviços de saúde mental, e aumento do uso das mÃdias sociais. O estudo foi publicado na última semana pela revista PLOS Mental Health.
*Dr. Ricardo Afonso Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp e neurologista do Instituto do Cérebro de BrasÃlia.
Crédito foto: PEXELS