Será que os opostos se atraem mesmo?
A tal história que os opostos se atraem realmente parece ser um mito. As pessoas costumam se casar com outras com nÃvel educacional / socioeconômico parecido, com crenças religiosas e polÃticas semelhantes e que têm mais interesses em comum. E a bagagem que carregamos no nosso código genético influencia também a escolha do nosso parceiro.
Não faz muito tempo que o periódico Proceedings of the National Academy of Sciences publicou uma pesquisa mostrando que uma pessoa tem o código genético mais parecido do seu parceiro ou parceira quando comparado ao DNA de outras pessoas com mesmo nÃvel socioeconômico, etnia e origem de nascimento.
A ideia de semelhança do código genético dos casais foge um pouco do senso comum. Evitamos casar com nossos parentes e estudos mostram que mulheres se sentem mais atraÃdas pelo cheiro de homens que tem genes do sistema imunológico diferentes dos delas. Isso parece uma contradição, mas esses genes imunológicos podem ter comportamento diferente dos demais. Esse estudo foi o primeiro a analisar as semelhanças do código genético entre membros de um casal utilizando todo o genoma.
Em janeiro de 2017, outra pesquisa publicada pela revista Nature Human Behavior confirma a tese que DNAs parecidos se atraem. Pesquisadores australianos estudaram os genes de milhares de casais e mostraram uma inequÃvoca associação entre os genes vinculados a peso e altura de um indivÃduo com o peso e altura do(a) parceiro(a). Do ponto de vista evolutivo, isso garante uma maior chance de perpetuação das suas caracterÃsticas à prole.
Resumo da ópera – pessoas com mais semelhanças que diferenças têm mais chance de se atrair para construÃrem uma relação de longo prazo. Entretanto, vale sempre a pena lembrar que respeitar e incentivar as diferenças pode ser uma das melhores receitas para que essa relação se sustente.
Confira o áudio da coluna Cuca Legal, uma parceria do ICB com a Rádio CBN BrasÃlia: