Pequenos atos de gentileza são frequentes e universais, diz estudo
Foram mais de mil oportunidades de colaboração nessas 40 horas de vÃdeo. Dez por cento ignoram o pedido de ajuda e outros 10% negam, mas justificam a razão de não poderem colaborar naquele momento. Não houve diferenças significativas entre as diferentes culturas estudadas. E mais: a cooperação foi semelhante entre parentes e não parentes. O método utilizado para analisar o nÃvel de cooperação através de atitudes pequenas do dia a dia traz um resultado diferente de outros estudos com tarefas de maior custo para o indivÃduo. Nessas situações de maior demanda, há mais influência de fatores culturais e do fenômeno de reputação.
Esses resultados sugerem que nossa tendência a ajudar o outro é mais inata do que cultural. É sabido que crianças, até com menos de dois anos de idade, já são capazes de colaborar com outras na realização de tarefas motoras, fenômeno chamado de altruÃsmo instrumental. Essa é uma condição também observada entre nossos ancestrais chimpanzés. Porém, dar uma forcinha para abrir uma porta é uma coisa, já dividir o alimento é outra bem diferente. Crianças com 7 a 8 anos de idade já dividem seu alimento de forma igualitária com parceiros do mesmo grupo social (coleguinhas de escola), mesmo quando têm a chance de ficar com a maior parte e ainda apresentam aversão a situações em que a divisão é feita com desigualdade.
Por Prof. Dr. Ricardo Teixeira
Matéria publicada originalmente no site do Correio Braziliense.
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